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terça-feira, 9 de julho de 2019

Batman X Coringa



Batman X Coringa

“Não existe nada mais antigo
Do que cowboy que dá cem tiros de uma vez
A avó da gente deve ter saudades
Do zing-pow!, do cinto de inutilidades
No nosso mundo tudo é novo e colorido
Não tem lugar pra essa gente que já era
Morcego velho, bang-bang de mentira
Vocês já eram, o nosso papo é alegria!” (Nelson Motta- Cinto de Inutilidades).


Batman, super-herói norte-americano nascido no final da década de trinta do século passado, quando subia a temperatura da Segunda Grande Guerra.

Também conhecido como O Cavaleiro das Trevas, Batman é uma personagem que alimenta o imaginário popular com a dualidade entre o bem e o mal, de forma, que personificando o bem supremo, projeta em seus oponentes todo o mal da existência humana.

Batman é caracterizado como um cidadão de Gothan City,  EUA, milionário e que se dispõe a colocar toda a sua riqueza para combater o mal.

E com esses traços característicos, novamente interfere no imaginário do povo, reforçando a ideia de que ricos, em sua grande benevolência, podem gastar fortunas para combaterem o mal que aflige e ameaça o povo.

De personalidade sorumbática, solitária, envolto em sombras, não é por acaso que se utiliza da máscara de morcego para esconder a sua real identidade.

E o que caracteriza um morcego? Morcego é um mamífero, de pequeno porte, que tem a capacidade de voar, habitualmente, nas frestas da noite.

O morcego é também conhecido como uma espécie de raposa voadora, de forma que, ao ser associado à raposa herdaria um de seus pretensos atributos, a esperteza.

Mas há quem associe os morcegos a ratos alados. de forma que, quando a eles associados, os morcegos carregariam, também, os seus principais defeitos e atributos.

E, assim, fora construído o super-herói Batman: o homem-morcego.

Entre os vilões com os quais Batman trava grande luta está o Coringa, havendo quem o considere o Coringa o seu principal arqui-inimigo.

Coringa é um pouco mais novo que Batman, surgindo em 1940, quando, ainda no cenário da II Grande Guerra, a Alemanha aumentava o seu domínio pelo continente Europeu.

O Coringa é sempre retratado como uma personagem misteriosa, sagaz, sarcástico, sádico, cuja crueldade se intensifica com a sua capacidade de perscrutar a alma do oponente e descobrir os seus medos e traumas nos cantos mais escuros de seu ser.

Enquanto Batman se apresenta com o rosto coberto pela máscara preta do morcego, Coringa rasga a sua como uma eterna gargalhada. A gargalhada própria àqueles que vêm além, tanto à luz do sol quanto ao luar, ou ainda, à luz dos raios que chegam com as fortes tempestades.

Interessante, no entanto, é que diante das histórias dos super-heróis, sejam eles quais forem, a sua existência está condicionada à existência dos vilões. Sem vilões, não há super-heróis.

Por outro lado, aqueles designados vilões têm existência independente de heróis, garantindo enredo e emoção nas histórias que protagonizam pelo simples fato de existirem.

Talvez, por sua incompletude, Batman tenha sido forjado nos espasmos da pulsão de morte de Bruce Wayne quando, em seus momentos de intensa angústia, ao mirar-se no espelho, percebeu, em seu próprio reflexo, haver lá uma imensa boca que insistia em se rasgar em gargalhada que, como punhal, atravessava a sua alma.

Luzia M. Cardoso

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