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sexta-feira, 2 de julho de 2010

ELA É SUPER!

ELA É SUPER!




São seis horas da manhã quando toca a campainha do celular. Ela pula a cama, toma seu banho, se arruma e acorda o filho para ir à aula. A hora parece correr, pela manhã. São 6:h45min. e Carolina tem apenas quinze minutos para chegar à escola onde o filho estuda. Corre. Enfim, está lá. Seu filho lhe beija o rosto. Responde com outro beijo.
- Deus te abençoe.
Carolina continua a correr. Agora tem que vencer o trânsito do Rio de Janeiro. É hora do rush. Precisa chegar em seu trabalho até 7h30min.
- Será que ela consegue?
Você tem dúvidas? Sim, Carolina parece a deusa do tempo e chega no horário.
Entra em sala. Carolina também é professora. Seus alunos, sentados em suas carteiras, aguardam sua chegada. Ela olha com afeto aqueles rostos pré-adolescentes, cujos hormônios rebeldes insistem em denunciar a sua ação.
Aula de história. O que o mundo antigo tem de interessante para aquele grupo que cresce no mundo de máquinas eletrônicas, da comunicação rápida, num diálogo sem fronteiras, sem limites impostos pelo tempo e pela distância? São alunos que adoram a TV à cabo, atentos aos desenhos animados japoneses...
Mas, a jovem professora está totalmente linkada à nova era e começa a contar, como quem narra um filme de ação, como os Deuses gregos contribuíram para a guerra de Tróia:
“ ... Helena e Era disputam o título da mas bela deusa, mas Afrodite acena a Páris com amor da mais bela mulher do mundo, em troca do título almejado pelas musas do Olimpo. De repente, movidos pelo poder da deusa, os raios do amor se dirigem à Helena.”
- Helena, a esposa do rei de Esparta?
Pergunta-lhe um dos alunos.
- Sim! E vejam como se vingaram de Páris, as duas outras deusas preteridas.
Páris se apaixonou pela esposa do rei de Esparta e fugiu com ela, levando-a para Tróia. O rei, enfurecido, convocou os soldados espartanos para invadir Tróia. E assim, começou a guerra...”
Final da aula. Fim de mais um dia de trabalho. E, novamente, Carolina corre..., Agora para pegar o filho na saída da escola.
Ao chegar, depara-se com os olhos confiantes de sua criança que lá estava aguardando a mãe. Ele entra em seu carro e, imediatamente, lhe pergunta:
- Mãe, o que devemos buscar, a sabedoria ou a riqueza?

Por Luzia

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